Deus me deixou conhecer o remorso: sentir-me réptil e verme; ré e promotora, o dedo estendido na própria direção, num ângulo só possível numa consciência que se debate na angústia de voltar atrás, começar de novo, suplicando a graça única de mais uma oportunidade que, provavelmente, se perderia mais uma vez...
Deus me permitiu passar pela dor, sem esperança de cura, sem promessa de libertação...
Deixou-me conhecer o abandono, o esquecimento, a solidão, maior ainda porque não no deserto “onde feras e anjos” fazem companhia, mas no meio da multidão...
Permitiu-me passar pela tentação... Não foi só tudo de uma vez só. Houve uma sequência, um “crescendo” para baixo, sempre para baixo, até onde os “porquês” não encontram resposta, nem no céu, nem no inferno...
E então, só então, na escuridão compacta, sólida, o milagre aconteceu: A pedra bruta fez-se brilhante lapidado, mais precioso ainda contra o fundo negro da dor.
E eu retornei: marcada e exausta como quem sai de uma batalha; exultante como quem volta com os despojos. Não saberei nunca por que foi preciso descer a tal escuridade, mas terei sempre um “para que” como início da resposta que Deus quer que eu seja: Quando me confessarem erros, chorarem fracassos, falarem de dor, haverá uma sinceridade muito maior em meu gesto de consolo, minha palavra de compreensão: uma identificação só possível naqueles que, passando pelas “escuridades”, lembraran-se das promessas, tomaram posse delas e voltaram com os seus “tesouros”, tão mais preciosos por causa do contraste, do milagre que lembram, do preço que custaram ao Senhor!...
Autoria Mirtes Mathias
Não morrerei, mas viverei, e contarei as obras do Senhor.
Deus me permitiu passar pela dor, sem esperança de cura, sem promessa de libertação...
Deixou-me conhecer o abandono, o esquecimento, a solidão, maior ainda porque não no deserto “onde feras e anjos” fazem companhia, mas no meio da multidão...
Permitiu-me passar pela tentação... Não foi só tudo de uma vez só. Houve uma sequência, um “crescendo” para baixo, sempre para baixo, até onde os “porquês” não encontram resposta, nem no céu, nem no inferno...
E então, só então, na escuridão compacta, sólida, o milagre aconteceu: A pedra bruta fez-se brilhante lapidado, mais precioso ainda contra o fundo negro da dor.
E eu retornei: marcada e exausta como quem sai de uma batalha; exultante como quem volta com os despojos. Não saberei nunca por que foi preciso descer a tal escuridade, mas terei sempre um “para que” como início da resposta que Deus quer que eu seja: Quando me confessarem erros, chorarem fracassos, falarem de dor, haverá uma sinceridade muito maior em meu gesto de consolo, minha palavra de compreensão: uma identificação só possível naqueles que, passando pelas “escuridades”, lembraran-se das promessas, tomaram posse delas e voltaram com os seus “tesouros”, tão mais preciosos por causa do contraste, do milagre que lembram, do preço que custaram ao Senhor!...
Autoria Mirtes Mathias
Não morrerei, mas viverei, e contarei as obras do Senhor.
(Salmos 118. 17)
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